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A crise da mão de obra de base e o avanço dos aplicativos

A indústria enfrenta um grande desafio: a crescente escassez de mão de obra para funções operacionais. Enquanto muitas vagas permanecem abertas, cada vez mais trabalhadores optam por atuar de forma autônoma, atraídos pela flexibilidade e pela promessa de ganhos imediatos.


Em artigo publicado na coluna ABC da Indústria, no jornal Diário do Grande ABC, o CEO da Mazurky, Eduardo Mazurkyewistz, analisa esse cenário e destaca a importância de tornar o setor mais atrativo. Investir na valorização da indústria, em salários mais competitivos, benefícios diferenciados e formação profissional são alguns caminhos para reverter a situação.


“O desafio é grande, mas agir agora é essencial para garantir que o setor continue sendo um motor de crescimento econômico e uma fonte de empregos sustentáveis no futuro”, ressalta.

Leia o artigo completo abaixo:

A indústria do ABC e de outras regiões enfrenta uma realidade preocupante: a escassez de mão de obra para funções operacionais. Enquanto empresários lutam para preencher vagas na produção, cresce o número de pessoas que optam por trabalhar de forma autônoma, principalmente em aplicativos de transporte e entrega. O problema não é a falta de oportunidades na indústria, mas sim a mudança de comportamento da força de trabalho.

O modelo dos aplicativos seduz pela flexibilidade, pelos ganhos diários e pela sensação de autonomia. Diferente do ambiente industrial, onde há regras, hierarquia e horários fixos, dirigir um carro ou fazer entregas parece mais atrativo para quem busca liberdade imediata. Muitos trabalhadores abandonaram o emprego formal porque, no curto prazo, conseguem obter rendimentos semelhantes – ou até superiores – sem as amarras de um contrato CLT. A promessa de independência, somada à ideia de que podem ganhar mais trabalhando por conta própria, tem afastado cada vez mais pessoas das fábricas.

Esse fenômeno já impacta diretamente a indústria. Profissões como operadores de máquinas, soldadores e técnicos de manutenção estão em falta, muitas vezes comprometendo a produtividade e a competitividade das empresas. O cenário se agrava quando consideramos que, além da dificuldade em contratar novos trabalhadores, muitas indústrias perderam profissionais experientes para esse novo modelo de trabalho. Sem mão de obra qualificada, a produção desacelera, os custos aumentam e a capacidade de crescimento fica comprometida.

A grande questão é: como tornar a indústria novamente atrativa para esses trabalhadores? A resposta passa pela valorização do setor. Salários mais competitivos, benefícios diferenciados e um ambiente de trabalho amigável podem ser caminhos para recuperar essa força de trabalho. Além disso, é essencial investir em formação profissional e conscientização sobre as vantagens da estabilidade e do crescimento na indústria. Um diálogo mais próximo entre setor produtivo, governos e instituições de ensino é outro ponto que pode estimular a criação de programas que conectem novos profissionais às demandas da indústria. 

Portanto, a indústria precisa encarar esse desafio como uma oportunidade de transformação. O desafio é grande, mas agir agora é essencial para garantir que o setor continue sendo um motor de crescimento econômico e uma fonte de empregos sustentáveis no futuro. Agora, se nada for feito, o segmento industrial continuará perdendo talentos, e a região, que já foi um dos maiores polos industriais do país, pode enfrentar um declínio ainda mais acentuado.

Eduardo Mazurkyewistz, sócio fundador da Mazurky Embalagens de Papelão Ondulado. Advogado, com especialização em administração de empresas e treinamento para empreendedorismo pelo SEBRAE, Mazurkyewistz é membro da Empapel (Associação Brasileira de Embalagens em Papel). É também vice-diretor titular do CIESP – São Bernardo do Campo (Centro Regional das Indústrias do Estado de São Paulo). Há mais de uma década no mercado, a Mazurky é uma empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de caixas de papelão e acessórios de papelão ondulado.